Walter Salles diz que o filme de estrada está na origem do cinema; isto é, dos documentaristas que viajavam para recantos "desconhecidos", com o intuito de fazê-los fotografáveis. Há um ímpeto imperialista nisso. Há uma visão etnocêntrica também.
Hoje, com o mapeamento quase que absoluto de todos os espaços e cantinhos do planeta, via GoogleMaps, via câmera digital de celular, há um esvaziamento desse sentido.
O Mundo - de Jia Zanghke - é o paradigma dessa condição: a supressão dos espaços.
No mais, é preciso viver as coisas na primeira pessoa, como ele afirmou. Ou seja, é preciso reafirmar uma subjetividade. Alguém que vê as coisas, e o interesse que esse olhar pode despertar.
Win Wenders afirma que a origem do filme de estrada se encontra nas primeiras pinturas rupestres. O que não deixa de ser uma afirmação de que está na origem do cinema também, ainda que mais auto-valorativo que a posição do Waltinho.
Easy Rider, e o próprio filme Diários de Motocicleta, se encontram na linhagem dos filmes em que o que está em jogo são os conceitos de liberdade e identidade. Nosso filme, por hora, é herdeiro dessa tradição.
Na outra ponta, e mais contemporaneamente, temos os filmes de Jia Zanghke e outros, em que o movimento das pessoas se dá por razões econômicas e políticas, num movimento de perda da identidade.
Viajo Porque Preciso é um misto dessas duas posições.
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