o gramado está disforme, encoberto por ramos de folhas secas.
Adelita está procurando alguma coisa que perdeu. Sua expressão traduz o cansaço de quem, por horas, busca em vão por algo importante. Tateia a grama com os pés, joga as folhas secas pro alto na esperança de encontrar debaixo daquilo tudo.
Ela olha bruscamente para o horizonte; as luzes estão morrendo. Um pranto silencioso escorre pelo seu corpo. Relutante, começa a dar passos largos pelo campo, no impulso de correr desvairadamente.
A câmera descobre Sofia. Atônita. Sentada num canto, observando Adelita de longe. O corpo hesita em levantar, receoso. Os olhos fixos no campo e em Adelita.
corta: Chave do motorhome no contato. Uma mão a gira.
volta: Sofia olha pra trás e vê todos entrando no motorhome prontos pra seguir viagem.
Volta-se para Adelita, um segundo de silêncio que lhe paralisa.
Dispara em sua direção.
(Sofia) - Vem, vem, Adelita! Vamos seguir (ainda um pouco constrangida)
Sofia freia o passo quando chega bem perto de Adelita e não diz nada. Tem vontade de voltar, quase se arrependendo de estar alí.
Adelita está de costas pra ela, ainda procurando.
(Sofia) - Desculpa...Eu sei que isso é importante pra você. Ai, como sou idiota. (voltando-se para o motorhome)
(Adelita, ainda chorosa) - Não...deixa disso... era só um presente que eu queria ter comigo! (Ela dá uma última olhada para o campo, já anoitecido e vira-se para Sofia com um olhar mais tranquilo).
(Adelita) - Bora, Bora...já é mesmo hora.
Adelita põe suas mãos sobre a cintura de Sofia e arrasta seu corpo pesado sobre ela. Sofia se desequilibra, as duas quase caem. riem. e se abraçam.
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